26/03/07

| contracepção - os diversos métodos anticonceptivos

Existem disponíveis hoje no mercado vários métodos anticonceptivos. O objectivo deste artigo é o de familiarizar os casais com os diversos produtos existentes no mercado nacional sendo que a escolha final dependerá sempre da sua preferência, após discussão com o seu médico assistente.
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A contracepção pode efectuar-se das formas a seguir descritas.
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contracepção hormonal oral
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Existem dois tipos fundamentais:
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A pílula combinada que associa estrogéneos e progestagéneos e previne a ovulação.
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Disponíveis dois tipos de embalagens:
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- As de 21 comprimidos que deverão ser tomadas durante 21 dias, abstendo-se a sua toma nos sete dias seguintes para permitir a ocorrência da menstruação, reiniciando-se a sua toma ao 29º dia, e assim sucessivamente;
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- As de 28 comprimidos que deverão ser tomadas sem interrupção, mais apropriadas a quem tem receio de se enganar a fazer as contas aos dias do mês.
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A mini-pílula, ou pílula progestagénea, sem estrogéneo, com eficácia sobreponível à anterior, desde que tomada com regularidade, e a sempre à mesma hora. É indicada no período de aleitamento materno, durante a fase precoce da menopausa, ou em mulheres com contra-indicações à toma de estrogénios. Deve ser tomada ininterruptamente e pode originar ausência de fluxo menstrual durante a sua toma, o que pode ser desconfortável para a mulher que assim deixa de poder contar com o aparecimento do período como sinal de ausência de gravidez.
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contracepção hormonal injectável
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Consiste na administração de uma injecção com um progestagéneo com intervalos de três meses. Eficaz ao fim de 24 horas, pode, no entanto, originar ausência do fluxo menstrual. De efeito reversível apenas ao fim de alguns meses para retomar ovulação e ciclos menstruais normais.
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contracepção hormonal – implantes
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Consiste num implante, colocado cirurgicamente no braço, que vai libertando gradualmente doses de um progestagéneo. Eficaz, tem duração de três anos. Necessita de nova intervenção cirúrgica para retirar o implante ao fim de três anos. Consiste numa pequena cirurgia, feita em minutos, com anestesia local. Mal é retirado o implante, o nível de fertilidade volta ao normal.
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contracepção hormonal – o anel vaginal
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Último método a aparecer no mercado nacional. O anel vaginal consiste num anel de plástico flexível (5cm de diâmetro e 4mm de espessura) que é introduzido no fundo da vagina durante três semanas, período durante o qual vai libertando hormonas, semelhantes às que entram na constituição das pílulas combinadas referidas anteriormente. Ao fim das três semanas, o anel deverá ser retirado e deixar-se decorrer uma semana para que ocorra a menstruação. Ao fim de sete dias, à semelhança das pílulas combinadas, dever-se-á introduzir novo anel por mais três semanas e assim sucessivamente. A posição do anel no interior da vagina não é fundamental para que ocorra o efeito contraceptivo desejado. Esta apenas deverá depender do conforto da mulher. Não é necessário ser retirado durante o acto sexual mas, caso prefira fazê-lo, o anel nunca deverá estar fora da vagina por um período de tempo superior a três horas.
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contracepção hormonal – o adesivo transdérmico
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O adesivo é um contraceptivo em forma de autocolante com a mesma eficácia da pílula e o mesmo modo de actuação. É aplicado em cima da pele e não tem a inconveniência dos habituais esquecimentos. É um adesivo que liberta hormonas através da pele. Estas entram na corrente sanguínea, impedindo a ovulação. Coloca-se durante três semanas consecutivas e, tal como na pílula, descansa-se na quarta semana, quando se dará a hemorragia de privação. Pode ser colocado e retirado quando se quiser. Quando se retira termina a protecção contraceptiva e pode haver uma hemorragia. Este adesivo pode ser colocado nas nádegas, no abdómen, no dorso superior ou no antebraço. Quanto aos efeitos secundários, são os mesmos que a pílula apresenta. Só pode ser adquirido mediante prescrição médica.
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dispositivo intra-uterino (DIU)
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Existem dois tipos de DIUs:
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- os DIUs com cobre;
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- os DIUs com progestagéneo.
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Ambos interferem na fertilização do óvulo pelo espermatozóide, impedindo assim a gravidez. São colocados pelo médico e têm eficácia durante cinco anos, após os quais deverão ser removidos também por um médico e colocado um novo, caso a mulher mantenha desejo de permanecer com DIUs.
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Os DIUs de cobre não são aconselhados a mulheres que tenham alergia ao cobre, que tenham fluxos menstruais abundantes, ou menstruações dolorosas, antecedentes de infecções pélvicas recorrentes, défices imunitários (infecção a HIV, por exemplo), ou que tenham múltiplos parceiros sexuais.
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Os DIUs com progestagéneo podem ser uma óptima opção para as mulheres com fluxos menstruais abundantes e menstruações dolorosas pois o progestagéneo não só pode originar períodos de ausência do fluxo menstrual como alivia as dores menstruais.
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métodos de barreira
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Em Portugal actualmente apenas existe o preservativo masculino. É o único método eficaz contra a transmissão das doenças transmitidas sexualmente (DTS), nomeadamente a hepatite B, hepatite C e HIV (vírus que origina a SIDA). Deve ser colocado no pénis apenas quando este estiver em erecção e não deverá em hipótese alguma ser reutilizado.
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espermicidas
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Podem ser encontrados em forma de cremes, sprays, geleias, óvulos e esponjas cervicais. É introduzido na entrada do cólo do útero, e deve ser aplicado cinco a dez minutos antes do acto sexual genital, excepto as esponjas / tampão contraceptivo que podem ser inseridas horas antes. É um método contraceptivo que age quimicamente inactivando o esperma. Os efeitos indesejáveis conhecidos prendem-se com a possibilidade de causarem alergias.
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É um método pouco seguro que deve ser usado em combinação com outros métodos contraceptivos. Tem pouca protecção em relação às DTS.
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by Dr. Gonçalo Melo in Jornal do Centro de Saúde 08 Junho 2006

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