14/03/07

| afrodisíacos - verdade ou mentira?

Existe comida afrodisíaca? Não há uma resposta inequívoca a essa questão. Uma alimentação correcta ajuda, mas não se pode afirmar que os afrodisíacos sejam reais.

Na Grécia Antiga, os homens iam aos templos da deusa Afrodite pedir-lhe ajuda para voltarem a ter virilidade ou para prevenirem a sua perda. É essa a origem da palavra «afrodisíaco».

«não existe»

Os afrodisíacos não existem, dirá com convicção um homem da ciência. Porém, atendendo ao conceito comum, os chamados afrodisíacos surgem em abundância. Especificamente, observámos, não há muito tempo, no dia de S. Valentim, que alguns restaurantes dispunham de menus afrodisíacos, para casais mais ou menos apaixonados.
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sexo e alimentação

Estou certo que a actividade sexual saudável depende do bom estado físico do organismo, e que uma alimentação correcta é fundamental. Por outro lado, os nossos sentidos são sensíveis a inúmeros estímulos. A comida não foge a essa regra e, na verdade, um prato bem apresentado, um acepipe raro, fumegante e com um odor agradável faz crescer água na boca. A sua decoração recorre muitas vezes a representações de símbolos ligados ao sexo, o que pode despertar, nalgumas pessoas, o aumento das sensações sexuais. Comer é um prazer e isso poderá criar um clima propício ao prazer sexual.

mitos vs realidade
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O enlace final entre a comida e o sexo aparece no facto de usarmos nomes de alimentos (melões, pepinos, tomates, pêssegos) para designar zonas sexuais do corpo. Também o recurso ao verbo «comer» pode simbolizar a interacção sexual. Na verdade, quase todos os alimentos já foram de alguma maneira considerados afrodisíacos. Muitas vezes porque o seu valor calórico imita as sensações de uma excitação sexual. Outras vezes, porque têm semelhanças com o corpo ou com os órgãos sexuais. Creio que é daí que vem a popularidade das ostras, dos ovos de tartaruga ou dos órgãos genitais de vários animais como afrodisíacos.

o poder da mente

São inúmeros os afrodisíacos ligados à melhoria do desejo sexual, à excitação e ao orgasmo. Algumas drogas têm, inicialmente, um efeito de descontracção e até positivo na função sexual. O vinho é o exemplo que se perde na noite dos tempos, mas as drogas modernas também são conotadas como afrodisíacos. Contudo, a sua utilização acarreta altos riscos de dependência e, sobretudo, efeitos negativos para o corpo, culminando numa previsível incapacidade sexual. Provavelmente, os melhores afrodisíacos estão na nossa mente. Basta que a usemos para tornar um encontro amoroso um momento inesquecível.

by Dr. José Pacheco (Sexólogo) in Saúde Semanário 06 Fevereiro 2007

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